“A poesia é a antena da raça”
Noite quente no quiosque!
Primavera chegando...
Mas o calor ...era humano!
Sim! Nesta quarta-feira, começamos a noite com um público sensacional! Apesar dos amigos que não apareceram, a noite foi supimpa!
O motivo? Noite do lançamento do livro do nosso companheiro Zé Calazans, com o título “ Quem vai ler esta Merda”. Para quem não compareceu, aí vai uma amostra:
Falando de livro... uma amostra do que vem dentro, pra dar uma água na boca:
RECEITA PARA PIZZAS
Dissolva dois tabletes de hipocrisia
uma porção de promessas não cumpridas.
Dissolva dois tabletes de hipocrisia
uma porção de promessas não cumpridas.
Acrescente uma xícara e meia
de descaso e oportunismo.
Tempere com caixa dois à gosto
e não esqueça de rechear bem os bolsos
com bastante dinheiro público.
Leve ao Congresso por tempo indeterminado,
Tempere com caixa dois à gosto
e não esqueça de rechear bem os bolsos
com bastante dinheiro público.
Leve ao Congresso por tempo indeterminado,
E você terá todo o sabor
do político tipicamente brasileiro.
(José Calazans)
Tivemos novas vozes, e alguns poemas não usualmente recitados também. Charles Bukowski e Charles Baudelaire vieram visitar a gente em seus poemas:
Esta noite
“seus poemas sobre as garotas ainda estão por aí
daqui a 50 anos quando as garotas já tiverem ido”,
meu editor me telefona.
caro editor:
parece que as garotas já se
foram.
entendo o que o senhor diz
mas me dê uma mulher verdadeiramente viva
nesta noite
cruzando o piso na minha direção
e o senhor pode ficar com todos os poemas
os bons
os maus
ou qualquer outra que eu venha a escrever
depois deste.
entendo o que o senhor diz.
o senhor entende o que eu digo?
“seus poemas sobre as garotas ainda estão por aí
daqui a 50 anos quando as garotas já tiverem ido”,
meu editor me telefona.
caro editor:
parece que as garotas já se
foram.
entendo o que o senhor diz
mas me dê uma mulher verdadeiramente viva
nesta noite
cruzando o piso na minha direção
e o senhor pode ficar com todos os poemas
os bons
os maus
ou qualquer outra que eu venha a escrever
depois deste.
entendo o que o senhor diz.
o senhor entende o que eu digo?
(Charles Bukowski)
O amor e o crânio
O amor e o crânio
(velha vinheta)
O amor sobre o crânio assentado
Desta humanidade,
E sobre o trono o descarado,
A rir de maldade,
Desta humanidade,
E sobre o trono o descarado,
A rir de maldade,
Bolhas redondas vai jocundo
Soprando pelo ar,
Como se ao mais longínquo mundo
Quisessem chegar.
Soprando pelo ar,
Como se ao mais longínquo mundo
Quisessem chegar.
O globo lúcido se espalma
E vertigem grande,
Rompe e escarra a sua fina alma,
Sonho áureo se expande.
E vertigem grande,
Rompe e escarra a sua fina alma,
Sonho áureo se expande.
A cada bolha o crânio é voz
Gemente a rezar:
- "Esta brincadeira feroz
Quando irá acabar?"
Gemente a rezar:
- "Esta brincadeira feroz
Quando irá acabar?"
"Pois o que o teu lábio ferino
Joga pelo ar langue
Meu cérebro é, monstro assassino,
Meu peito e meu sangue!"
Joga pelo ar langue
Meu cérebro é, monstro assassino,
Meu peito e meu sangue!"
(Charles Baudelaire)
Tivemos também Fernando Pessoa, Leminski, Marcus Vinícius Quiroga, e nossos poetas contemporâneos, afinal, como diz o Tornaghi, a poesia contemporânea não morreu em mil novecentos e Drummond!
Agradecemos a todos os presentes, e informamos que
DOMINGO, TEM MAIS!
Será realizado o segundo lançamento do livro, para os faltantes,
na PEDRA DO LEME, ÀS 17 HS!
2 comentários:
Valeu pela força, pessoal! Foram dois lançamentos super divertidos! Abraços.
nós é que agradecvemnos por ter você com a gente.
estamos pensando em te sequestrar pra vc não ir pra sampa mais.
Postar um comentário