O 7 de setembro foi um dos dias em que mais apareceram caras novas na Pedra do Leme. Tivemos Fernando Mozart, que fez o curta-metragem “Clipoéticos”. Houve a presença do poeta Antônio Maria, que participou com muita animação do nosso “altinho de poemas curtos”. Roberto Peixoto, freqüentador do Corujão da Poesia, recitou um belo poema comprando a infância de sua época com a das crianças de hoje além de contrastar a fantasia alimentada pela ficção científica com a realidade imposta pela exclusão social e pela violência. O ator Felipe Guimarães Araújo, acompanhado de um amigo, leu um texto inspirado em Nelson Rodrigues. Vânia Moraes trouxe às areias do Leme sua já conhecida sensualidade. Ocorreram também as estréias da jovem poetisa Tainara e da atriz Priscila Basílio.
(Vânia Moraes)
Alguns dos poetas que vêm nos acompanhando ao longo dos domingos mais uma vez estiveram presentes. Raquel Gutierrez, que recitou o poema Desvairio; Lirozinha, que recitou Apelo de um feto; Diogo Vancin, que vem se mostrando cada vez mais à vontade; e Marla Queiroz que, junto com a Priscila, teve um poema de Sydney, o “Poeta da Areia”, dedicado a ela.
(Sidney, o Poeta da Areia, mostrando seu encantamento pela beleza de Priscila Ribeiro e de Marla Queiroz)
A homenagem ao sarau Conecte! começou com a poetisa Vânia Moraes explicando o porque de sua paixão por este grupo. Depois, foram lidos vários poemas da poetisa Barbarella e houve apresentação da banda Instintiva Lavanda. Foi a primeira de uma banda em nossa Pelada Poética (que só foi possível graças ao fato de eles terem levado uma mesa de som própria), que contou também com a bela performance de um dançarino. Depois foram lidos poemas de alguns dos autores mais atuantes no Conecte!, como Tubarão e Louis Alien. E nosso poeta convidado, Nilton Alves, fundador do sarau Poesia nos Arcos, foi lembrado com muita emoção por todos nós.
(Grupo Instintiva Lavanda)
(Louis Alien)
(Tubarão)
Até o próximo domingo, onde teremos uma homenagem fantástica a Marcelo Mourão!
Inteligível
Barbara-Ella
Quero falar do que é simples,
Já que o parcial me indispõe.
Quero dizer para ser entendida,
Mesmo na sabedoria mais primitiva.
O que digo é para todos,
Sem intenção de implodir na intolerância,
Ou com ela.
Diante daqueles que se julgam sábios,
Coloco-me à parte.
Minha dúvida é uma constante.
Movimento cíclico de transformação.
Concordo, discordo,
Volto atrás, mas não me limito.
Sou futuro sempre!
E minha fala recupera a lógica
Indubitavelmente humana...
Louis Alien
num ano
onde eu nem previa nascer
veio ao mundo
você
e a tudo mudou.
ah meu amor
eu nem sabia
qual seria o dia
de teu nascimento
é meu tormento
a ausência de teu amor
Alegria, Alegria
(ou Poesia de Bar)
Tubarão
Pelos copos que bebo
alegria, alegria
pelas garrafas que ficam
alegria, alegria
Pela conversa
pela companhia
pela hora sem pressa
alegria, alegria
Pelos cantores desafinados
pela bêbada euforia
pelos amendoins torrados
alegria, alegria
Pelas mesas de bar
cheias de filosofia
pelos guardanapos amassados
garranchos de poesia
tudo o que se vê
é alegria, alegria!
Louvor à guardiã
Vânia Moraes
No silencioso apelo dos teus olhos
vou inventando carícias
na carne tenra e macia,
que desnuda, é alvo do desejo
de minha língua atrevida
serpenteando sobre os poros em deleite.
Mãos perdidas encontram-se
no toque mágico da posse consentida
na lucidez cega do puro torpor
que perfuma o quarto em penumbra
onde somos vidas acesas.
Esmorecido, és presa fácil,
prenda na perícia das malícias
que desenho em ti.
Sons escapam de tua boca
em louvor à guardiã divina
dos teus prazeres.
Avanço em lenta cavalgada
para a saciedade da glande ansiosa
no ritmo compassado dos quadris
num gozo desgovernado
que orvalham os pêlos
de almas nuas e corpos expostos.
Boca a Boca
Nilton Alves
Minha boca, tua vida.
Tua boca, minha vida.
Minha ida à tua boca...
(Hummmm...!)
Tua boca jasmim
Jaz em mim agora...
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