sábado, 13 de setembro de 2008

Impressões dia 7/09/08

Um dos maiores prazeres que temos em nossa Pelada Poética é, a cada domingo, ampliarmos as conexões do nosso sarau. Sejam conexões com outros poetas ou com outras formas de arte. No último domingo, com a homenagem ao sarau Conecte, ambos os objetivos foram alcançados.

O 7 de setembro foi um dos dias em que mais apareceram caras novas na Pedra do Leme. Tivemos Fernando Mozart, que fez o curta-metragem “Clipoéticos”. Houve a presença do poeta Antônio Maria, que participou com muita animação do nosso “altinho de poemas curtos”. Roberto Peixoto, freqüentador do Corujão da Poesia, recitou um belo poema comprando a infância de sua época com a das crianças de hoje além de contrastar a fantasia alimentada pela ficção científica com a realidade imposta pela exclusão social e pela violência. O ator Felipe Guimarães Araújo, acompanhado de um amigo, leu um texto inspirado em Nelson Rodrigues. Vânia Moraes trouxe às areias do Leme sua já conhecida sensualidade. Ocorreram também as estréias da jovem poetisa Tainara e da atriz Priscila Basílio.





(Vânia Moraes)


Alguns dos poetas que vêm nos acompanhando ao longo dos domingos mais uma vez estiveram presentes. Raquel Gutierrez, que recitou o poema Desvairio; Lirozinha, que recitou Apelo de um feto; Diogo Vancin, que vem se mostrando cada vez mais à vontade; e Marla Queiroz que, junto com a Priscila, teve um poema de Sydney, o “Poeta da Areia”, dedicado a ela.



(Sidney, o Poeta da Areia, mostrando seu encantamento pela beleza de Priscila Ribeiro e de Marla Queiroz)

A homenagem ao sarau Conecte! começou com a poetisa Vânia Moraes explicando o porque de sua paixão por este grupo. Depois, foram lidos vários poemas da poetisa Barbarella e houve apresentação da banda Instintiva Lavanda. Foi a primeira de uma banda em nossa Pelada Poética (que só foi possível graças ao fato de eles terem levado uma mesa de som própria), que contou também com a bela performance de um dançarino. Depois foram lidos poemas de alguns dos autores mais atuantes no Conecte!, como Tubarão e Louis Alien. E nosso poeta convidado, Nilton Alves, fundador do sarau Poesia nos Arcos, foi lembrado com muita emoção por todos nós.


(Grupo Instintiva Lavanda)

(Louis Alien)

(Tubarão)

Até o próximo domingo, onde teremos uma homenagem fantástica a Marcelo Mourão!

Inteligível

Barbara-Ella

Quero falar do que é simples,
Já que o parcial me indispõe.
Quero dizer para ser entendida,
Mesmo na sabedoria mais primitiva.
O que digo é para todos,
Sem intenção de implodir na intolerância,
Ou com ela.

Diante daqueles que se julgam sábios,
Coloco-me à parte.

Minha dúvida é uma constante.
Movimento cíclico de transformação.
Concordo, discordo,
Volto atrás, mas não me limito.
Sou futuro sempre!
E minha fala recupera a lógica
Indubitavelmente humana...



Louis Alien

num ano
onde eu nem previa nascer
veio ao mundo
você
e a tudo mudou.

ah meu amor
eu nem sabia
qual seria o dia
de teu nascimento
é meu tormento
a ausência de teu amor


Alegria, Alegria
(ou Poesia de Bar)


Tubarão


Pelos copos que bebo
alegria, alegria
pelas garrafas que ficam
alegria, alegria

Pela conversa
pela companhia
pela hora sem pressa
alegria, alegria

Pelos cantores desafinados
pela bêbada euforia
pelos amendoins torrados
alegria, alegria

Pelas mesas de bar
cheias de filosofia
pelos guardanapos amassados
garranchos de poesia
tudo o que se vê
é alegria, alegria!

Louvor à guardiã

Vânia Moraes

No silencioso apelo dos teus olhos

vou inventando carícias

na carne tenra e macia,

que desnuda, é alvo do desejo

de minha língua atrevida

serpenteando sobre os poros em deleite.

Mãos perdidas encontram-se

no toque mágico da posse consentida

na lucidez cega do puro torpor

que perfuma o quarto em penumbra

onde somos vidas acesas.

Esmorecido, és presa fácil,

prenda na perícia das malícias

que desenho em ti.

Sons escapam de tua boca

em louvor à guardiã divina

dos teus prazeres.

Avanço em lenta cavalgada

para a saciedade da glande ansiosa

no ritmo compassado dos quadris

num gozo desgovernado

que orvalham os pêlos

de almas nuas e corpos expostos.

Boca a Boca

Nilton Alves

Minha boca, tua vida.
Tua boca, minha vida.
Minha ida à tua boca...
(Hummmm...!)

Tua boca jasmim
Jaz em mim agora...

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