Mais uma postagem da série supracitada, e hoje, depois da noite que dedicamos ao nosso amigo Victor colonna, venho deixar não somente um poema que vale muito a pena ser lido, mas dois, retirados do livro dele, o "Cabeça, tronco e versos (2009, Editora da Palavra)" que falam por si próprios. Victor tem um blogue que vale a pena ser lido também, é o Deitando o Verbo. Curtam os poemas e passem lá pra curtir mais depois!
SUJEITO OCULTO
O problema são as conjunções desconjuntadas
O problema são as conjunções desconjuntadas
As interjeições rejeitadas
Os adjetivos desajeitados
Os substantivos sem substância
As relações de deselegância entre as palavras.
É preciso superar o superlativo:
O absoluto sintético
E o analítico.
Achar o verso
Entre o verbo epilético
E o pronome sifilítico.
Falta definir o artigo inoxidável
O numeral incontável, impagável
Resta procurar o objeto direto
Situar o particípio passado
E o pretérito mais-que-perfeito
Desvendar a rima
Desnudar a palavra
Encontrar o predicado
E revelar o sujeito.
POST SCRIPTUM
Deixo para o mundo minha gastrite
Minha enxaqueca e um pouco de azia
Minhas madrugadas sem limite
E a angústia sob o sol do meio-dia.
Deixo também, como herança, a preguiça
A luxúria, o orgulho e a ironia
Uma dose de veneno e cobiça
E a descrença acrescentada à apatia.
Podem levar meus amores relapsos
minha loucura crônica, os colapsos
E um eventual resto de alegria
Mas fica comigo aqui, resguardado
Aquele que será o meu legado
Minha alma seca e minha poesia.
Deixo para o mundo minha gastrite
Minha enxaqueca e um pouco de azia
Minhas madrugadas sem limite
E a angústia sob o sol do meio-dia.
Deixo também, como herança, a preguiça
A luxúria, o orgulho e a ironia
Uma dose de veneno e cobiça
E a descrença acrescentada à apatia.
Podem levar meus amores relapsos
minha loucura crônica, os colapsos
E um eventual resto de alegria
Mas fica comigo aqui, resguardado
Aquele que será o meu legado
Minha alma seca e minha poesia.
5 comentários:
Muito inteligente a poesia do Victor Colona, esse escreve de forma diferente,eis aí um sujeito cheio de
que saiu do lugar comum! Escreve muito bem, Victor! Parabéns! Sucesso!
Beijos,
Ada
Deixemos então para o mundo esta ironia cortante das almas delicadas dos poetas! Sem dúvida estes poemas valem a pena, a dor e a angústia de serem feitos e lidos.
bjs
Mis saludos desde Santiago de CHIle, un agrado leer este espacio de comunicación y cultura,
saludos
Leo Lobos
que surpresa, gravei umas cenas pro filme papai doidao, eu, o igor cotrim, a mamma giullia, lá na chácara do ricardo petaglia, foi bem legal, tava o bayard tonelli!!! adorei to loko p ver o filme estrear
Valeu a pena mesmo a leitura.
É essa nossa língua portuguesa um ser concluso em seus artigos, adjetivos, verbos e outras partes? O poeta vem quebrar a sua rigidez.
Abraços.
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