terça-feira, 15 de julho de 2008

Impressões sobre o dia 13/07/08




A Secretaria de Saúde informa: ratos infestaram a Pedra do Leme no último domingo! Dudu Pererê, Daniel Soares, Marcelo Nietzche e Tiça Matta representaram os roedores mais poéticos do Rio de Janeiro nesta homenagem feita pelo Poesia no Leme. Dudu animou a todos com seus funks e marchinhas, além de unir a seus versos certeiros uma interpretação com forte viés teatral. Daniel, depois de brincar com anjos da guarda e cupidos, iniciou suas metamorfoses, transformando-se no Cristo Redentor e até numa célebre vaca. Marcelo Nietzche, dando continuidade à tradição de poetas como Leminski e Millôr, trouxe poemas curtos que instigavam tanto o riso quanto a reflexão. E Tiça deu o ar de sua graça recitando Agusto dos Anjos. O convidado da noite, por sinal, marcou presença em poemas como “Psicologia de um Vencido”, “Versos íntimos”, “Budismo Moderno”, e “O Morcego”, além de inspirar alguns poemas meus e de Antônio Gutman, um dos integrantes do genial grupo poético “Trio Los Tres”. Gutman, que será o poeta homenageado do nosso próximo domingo (20/7), também fez um divertido bate-bola com Marcelo em alguns poemas curtos. E os Ratos Di Versos mostraram outras iniciativas interessantes, como um poema coletivo e a venda de dois livros: uma micro-antologia dos Ratos Di Versos e um livro de ensaios de Daniel Soares. Os ratos ausentes Dalberto Gomes, Juju Hollande e Carluxo também foram lembrados. Outro destaque foi a volta de Marla Queiroz, matando nossas saudades depois de um tempinho sumida. Houve também a presença de Diogo Vancin, o Poeta Ligeiro, que pela primeira vez se aprsentou naquela pedra, e do jornalista Ricardo Loureiro, coordenador do Estrada 55. Mantendo o clima familiar do evento, Marcelo Mourão levou sua filha que, despontando cedo para a poesia, recitou versos da própira lavra. E, por fim uma surpresa: quando todos nos preparávamos para deixar o local, nosso querido amigo Luiz Fernando Prôa apareceu e também recitou poemas dos ratos.




aqui jazz
quem por um blues
morreu rock’ n’ roll

Marcelo Nietzsche



declaro o cupido culpado
por ter acertado
uma flecha certeira
no meu coração

e antes de você dizer
que este poema é clichê
declaro o cupido
absolvido

caso encerrado

Daniel Soares



te cato por cada canto
em todo encontro te canto
enquanto me encanto em contos.

Dudu Pererê




paralelas são nossas vidas
se encontram no infinito
disto eu duvido

Tiça Matta




O Poema do Poeta



O Poema do Poeta
Estava em algum lugar do meu peito
Palavras me saiam da boca
Algumas sem nexo, outras sem jeito
Eu me retirara sem que ninguém me visse
Buscando abrigo no meu peito triste
Onde o tempo para
E parado recitei pra mim mesmo
Como se o espelho tivesse ouvido
Os versos a esmo de um coração dividido
E a desordem do peito apertado
Que derivava da melancolia
Continha em cada pitada de tristeza
Uma dose maior de harmonia
Porque estava dividido
Isso o poeta omitia
Mas foi assim que saiu do meu peito
Mais esta poesia



Poeta Ligeiro







Carência




colo no teu calo


e só calo no teu colo




Antônio Gutman

Este domingo também foi a estréia de uma grande novidade: os marcadores de livro do Poesia no Leme! Na parte da frente, as informações que você precisa para se manter por dentro do nosso sarau; na parte de trás, textos de poetas como Cairo Trindade, Geraldo Carneiro, Eduardo Tornaghi, Marcelo Mourão e este que vos escreve. São vendidos a R$ 1,00 nos saraus de poesia por aí.

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