Poesia no Leme
Escrever, falar, ouvir, trocar.
Um prazer dedicado `a, e derivado da
Inteligência da Beleza e/ou Beleza da Inteligência
Poesia não é só uma delícia também é nescessária!
Ou Não?
vai aí uma proposta em poema
Deixar, Correr, Papel e Mão
I
Deixar correr pelo papel a mão
solta
sem ciência
sem direção
curtir mais
a cor da tinta
a curva da linha
o sentido do traço
que
o sentido do troço
o ângulo do logos
o brilho da oclusão
deixar
II
Deixar pelo papel correr a mão
e ver depois
se desenhos
ou palavras
se riscos
ou recados
Lembrar sempre
que desenhos são palavras
palavras são desenhos
e todos são riscos
todos são recados
Depois respirar fundo
mergulhar na inspiração
até calar a Babel
então, ao expirar
Deixar correr a mão pelo papel
III
Deixar pelo correr a mão papel
E que a mágica se repita
mil e tantas e muitas vezes
até que a mão se solte
ligando-se assim `a fonte
`a cascata do aguadeiro
que generosa se derrama
levando o que é vivo a brilhar
até ser capaz
de passar a luz adiante
Eduardo Tornaghi
Um comentário:
Aquecendo para a pelada! (domingo à tarde, Gustavo Gollo)
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